Quando Damián Escudero fala, é preciso aumentar o volume do sistema de som da
sala de conferências do Estádio Olímpico. Tímido, o meia argentino foi
apresentado nesta tarde de segunda-feira pelo Grêmio mostrando-se pouco à
vontade com a concorrida entrevista coletiva.
Com 23 anos, o jogador chega do Boca Juniors por empréstimo de um ano. Ainda
precisa regularizar documentos - o principal é a criação de um CPF - para obter
a liberação. Enquanto aguarda vai treinar com o grupo principal buscando
adaptação ao futebol brasileiro.
Sem citar nomes, Escudero lembra que no país há vários conterrâneos em boa
fase, o que demonstra a facilidade de adaptação:
- Todos os argentinos que chegaram se adaptaram muito rápido ao Brasil,
acredito que não haverá problema para mim no Grêmio.
No Boca Juniors, Escudero foi pouco aproveitado. O jogador acredita que não
se estabeleceu no time titular exatamente pela falta de maior sequência:
- Não tive muita continuidade no Boca, agora tenho essa oportunidade, estou
bastante contente.
Frases curtas, voz baixa e à distância do microfone, Escudero estava tão
desconfortável com a entrevista coletiva que se esqueceu de ir embora. O vice de
futebol Antônio Vicente Martins chamou de volta ao vestiário o argentino e o
meia Carlos Alberto, também apresentado nesta segunda pelo Grêmio, encerrado o
evento de apresentação.
Carlos Alberto levantou-se e deixou a sala, mas Escudero permaneceu sentado,
olhando para os lados. O brasileiro voltou e gritou.
- Ei, Pichi, vai ficar aí mesmo? - perguntou, referindo-se ao apelido de
Escudero, conhecido na Argentina como "Pichi".
Só então Escudero percebeu que estava sozinho na mesa. Sob os risos dos
repórteres, foi acolhido pelo novo companheiro, e ingressou no
vestiário.
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